
Na instituição particular, que atende famílias de classe média/alta, Martinelli acompanha o mesmo grupo de alunos há quatro anos. Ele conta com satisfação a experiência de ser o principal responsável por tudo o que os jovens sabem sobre História, desde a metade do ensino fundamental até a entrada no ensino médio. “Dá para fazer um trabalho excelente. A qualquer momento, eu posso retomar o que ensinei há uns dois anos e fazer a ligação com um tema atual”, diz.
A participação dos alunos é intensa. Como a escola é o centro das atenções na vida dos 115 estudantes que têm aulas com o professor, a preocupação maior é aprender, tirar boas notas e sonhar com uma vaga na universidade.
Complicadores
Reproduzir o bom rendimento dessas aulas nas noites em que está no CEEBJA é um desafio diário cheio de complicadores. Em turmas cuja variação de idade vai dos 18 aos 50 anos, é uma raridade encontrar alguém que compareça às aulas movido pela vontade de aprender. Nem mesmo a necessidade de obter um certificado de conclusão – a principal justificativa de matrículas no sistema – evita um grande número de faltas capaz de prejudicar qualquer plano de aulas. As desistências, também comuns, são um motivo a mais para desanimar.
Envolvimento dos alunos é determinante
Situação semelhante à de Alcides Martinelli é enfrentada pelo professor de Matemática Sergio Luiz Alves da Silva, de 58 anos. Docente aposentado pela rede privada de ensino, ele prestou concurso público em 2007 e desde então dá aulas no Colégio Estadual Getúlio Vargas, no bairro Cachoeira, em Curitiba.
Segundo Silva, ao contrário do que o senso comum pode supor, não é a diferença de estrutura que mais dificulta o trabalho. “Materialmente, eles [estudantes] têm tudo o que é necessário, como computadores e uma tevê em cada sala. O difícil é motivar os alunos”, diz. Para o professor, problemas familiares e a criminalidade local deixam os estudantes sem perspectiva. “Não há participação dos pais em nada. Tenho alunos que vão para a escola apenas para se alimentar”, conta.
A UPES encara essa situação lamentável, hoje em dia temos muitos professores da rede particular na rede pública e ainda assim os alunos estão sendo mal preparados, vemos então que o problema não está só no professor ou na metodologia do ensino. Entendemos assim que ainda precisa ser feito muita coisa para chegarmos a um nível elevado de comunicação. Temos sim que ter professores mais bem capacitados mas temos também que dar condições para que os mesmos possam reproduzir melhor o conteúdo aos seus alunos.
Adaptação da Gazeta do Povo
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